21 de Abril: O Dia em Que Choramos Dois Homens que Ensinaram a Liberdade e o Amor.

Acordei e chorei.

A notícia da morte do Papa Francisco me atingiu de forma profunda, quase como se um elo invisível com a esperança tivesse se rompido por um instante.

Curiosamente — ou talvez, simbolicamente — hoje também é 21 de abril, o dia em que o Brasil relembra a morte de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

Dois homens, separados por séculos e histórias diferentes, mas unidos por algo maior: a coragem de desafiar estruturas em nome da liberdade e da dignidade humana.

Tiradentes enfrentou a força brutal do colonialismo para defender a ideia de um Brasil livre. Sabia que estava sacrificando a própria vida, mas mesmo assim não recuou.

Foi mártir de um ideal que muitos só compreenderiam plenamente muitos anos depois: o direito de um povo a ser dono de seu próprio destino.

Papa Francisco, por sua vez, dedicou toda a sua existência a enfrentar as estruturas internas e externas que afastavam as pessoas da fé, da igualdade, do amor verdadeiro.

Com coragem, bondade, inteligência, compaixão — e aquele bom humor que o tornava tão humano —, Francisco rompeu muros, acolheu os esquecidos, defendeu os pobres e as mulheres, resgatando valores muitas vezes sufocados até dentro da própria Igreja.

Ele não falou apenas aos católicos. Tocou corações de todas as crenças — e também daqueles que não professavam fé alguma.

Transformou o conceito de liderança espiritual, mostrando que servir é mais nobre do que governar e que a verdadeira força mora na simplicidade.

Hoje, dia 21 de abril, choramos duas mortes — mas também celebramos dois legados.

Dois homens que não aceitaram o mundo como ele era.

Dois homens que ousaram acreditar em algo maior que eles mesmos: a liberdade, a justiça, o amor.

Tiradentes e Francisco viveram para nos lembrar que a verdadeira revolução acontece, primeiro, dentro do coração humano.

Que seus exemplos sigam iluminando nossos caminhos, hoje e sempre.

21 de Abril: O Dia em Que Choramos Dois Homens que Ensinaram a Liberdade e o Amor.

Por Valéria Monteiro Jornalista.