Papa Francisco:
O Último que Bateu à Porta.
O Papa Francisco morreu hoje. E quem bateu à sua porta pela última vez, como autoridade oficial, foi J.D. Vance, vice-presidente de Donald Trump.
Não foi por acaso. Nunca é.
Francisco passou sua vida de pontífice tentando abrir janelas num mundo que só queria erguer muros. Falou de paz enquanto os poderosos afiavam suas armas. Clamou pelos pobres enquanto os ricos blindavam seus feudos. Defendeu o planeta enquanto nações inteiras vendiam o futuro por barris de petróleo.
E no fim, na véspera da morte, recebeu a visita formal de quem representa o novo espírito do tempo: o tempo da força acima do diálogo, da fronteira acima da acolhida, da autoridade acima da compaixão.
Vance não foi apenas um visitante. Foi um presságio. Um anúncio em carne e osso de que o vento mudou, e que quem acreditava na misericórdia agora precisa entender que estamos entrando em outra estação — mais fria, mais dura, mais indiferente.
A morte de Francisco é o fechamento de uma porta. A história saberá dizer se atrás dela deixamos enterrada a nossa melhor chance de sermos, ao menos, menos cruéis.
O anjo da morte veio vestido de gravata e mandato. E ninguém pode dizer que não foi avisado.
